Amor, serviço, vida em abundância

No Evangelho de hoje, Jesus está dizendo: olhem para a cruz, contemplem a minha morte na cruz, olhem para a cruz para descobrir quem sou eu. A cruz é a Sua glória, o mistério de fecundidade, a vida da semente que morre!

O grão de trigo mostra a sua força vital não quando está íntegro e formoso na mão do agricultor ou dentro de algum vidro na cozinha, mas exatamente quando é lançado na terra e por ela é engolido. Assim como a semente cai na terra, morre e produz muito fruto, da mesma forma Jesus, levantado da terra e jogado na terra, atrai a si todos os seres humanos e comunica-lhes a Sua vida de Filho.

A semente que pretende conservar-se, fica só e deixa de ser semente, pois não comunica vida. É da dinâmica da vida dar-se para ser vida. Uma vida que não se dá não é vida, já é morte! Um grão que morre é fecundo e realiza a sua verdadeira essência.

Daí a comparação feita por Jesus: a glorificação do Filho é a mesma da semente que morre. Dando a vida, Jesus se revela igual ao Pai, fonte e princípio da vida para todos. E isso vale para todo ser humano... o egoísta, apegado à sua própria vida, se dobra sobre si mesmo, se fecha em seu pequeno mundo e fica definitivamente só. Perde a sua vida...

O amor e o serviço acarretam sofrimento, cruz, morte. Mas trazem consigo redenção, ressurreição e alegria. O grão de trigo que, morto na terra, ressuscita para a vida e a vida em abundância!

- Pe. Antonio José de Almeida -