Somos filhos de Deus, mas ainda não estamos no céu; estamos
na terra, limitados pela densidade do espaço e pelo fluir do tempo. Por isso,
temos que aprender a viver a filiação em todas as dimensões da nossa
existência. Em relação aos bens materiais, sendo eles um dom de Deus, devem ser
compartilhados entre Seus filhos, isto é, entre os irmãos.
O dom é o sentido de tudo o que ocupa o espaço, a conversão
é o sentido de cada instante do tempo. O presente, é o único tempo que
realmente nos é dado para converter-nos, isto é, para nos voltarmos para o
verdadeiro sentido da vida no espaço e no tempo. Converter-se não é um esforço
hercúleo para tornarmo-nos “melhores”, mas gira o foco da nossa “miséria” para
a misericórdia divina, do mal que fazemos para o bem que Deus nos quer, da
autojustificação à aceitação da Sua graça livre e gratuita.
Deus quer salvar a todos, mas o dom divino da salvação
precisa ser acolhido pela mão aberta do ser humano. O “xis” da questão é como
entrar na sala onde se come o pão do Reino na alegria da salvação... A porta é
estreita; é preciso queimar a gordura da arrogância e do egoísmo. A porta pode
se fechar; o tempo é precioso e pode acabar quando menos se espera. É preciso
escolher e acolher já!
A porta não é a Lei, nem a tradição, nem as obras, nem o
esforço sobre-humano; a porta é Jesus. Cada um de nós pode entrar, mesmo o
desesperado, o imundo, o incurável. O cupom de ingresso é a fé. Fica do lado de
fora só quem se considera bom e se sente bem com a própria bondade. A falsa
segurança e a justiça presumida são o único impedimento.
O tempo presente é o ano da graça que nos é dado para
converter-nos da nossa injustiça à Sua graça, do nosso pecado ao Seu perdão, da
nossa miséria à Sua misericórdia. Jesus já morreu para abrir-nos a porta; Ele
quer nos encontrar ao longo do Seu caminho para introduzir-nos, pela cruz, na
Sua glória.
Pe. Antonio José de Almeida
*Ü*Relicário atualizado*Ü*
Um comentário:
Lindas palavras ´por aqui.Fazem sempre refletir! beijos,chica
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