“Chega o pobre a uma casa e pede um auxílio. A mulher o
atende e lhe entrega um pão. Mas, apenas fechou a porta, ouve um estilhaçar de
vidros. Sai depressa e pega o delinquente em flagrante; era o mesmo pobre que acabava
de quebrar a vidraça de sua benfeitora.
Indignada, a mulher corre até o delegado. O pobre é chamado
a comparecer imediatamente para prestar depoimento e dar satisfação do seu ato
ignóbil. O delegado foi logo falando: ‘Você heim... que grosseria sem tamanho!
Ganha uma esmola dessa senhora e depois, em vez de agradecer, arrebentou-lhe a
vidraça com uma pedrada. Que falta de gratidão! Sujeito mal agradecido!
Vamos... explique-se!’
O pobre começou a chorar e entre soluços disse: ‘Doutor, eu
quebrei, sim, a vidraça dessa senhora... mas não foi com uma pedra, não... foi
com o mesmo pão que ela me deu!’
Quando algum objeto não serve mais para nós, ou porque se
estragou, dizemos sem pensar: ‘Para o pobre ainda serve’, como se pobre fosse
lata de lixo!”
Clóvis Bovo
“De que aproveitará, irmãos, alguém dizer que tem fé, se não
tiver boas obras? Acaso esta fé poderá salvá-lo? Se a um irmão faltarem roupas
e o alimento cotidiano, e algum de vós disser: ’vai em paz, aquece-te e
sacia-te’, mas não lhes der o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará?
Assim também a fé. Se não tiver boas obras, é morta em si mesma” Tg 2, 14-17.
Um comentário:
Como tudo que é apenas falado e sem açã perde a força! Linda! beijos,chica
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